02 Outubro 1461 – De regresso do Porto

Uma pequena e discreta comitiva fazia o seu caminho de regresso a Aveiro. No interior daquela comum e nada elegante carruagem encontrava-se o Conde de Óbidos que planeou atabalhoadamente uma curta viagem à cidade capital do Condado do Porto.

Três dias antes, Sylarnash deparava-se com uma reserva de madeira extremamente limitada e com o constante emprego da madeira na confeção de pão para uso diário, aquela curta reserva não duraria uma semana. Urgia adquirir um novo carregamento de madeira, e a escassez de madeira pelo norte do Reino de Portugal era uma realidade, felizmente o Conde conhecia o fornecedor ideal.

E era exatamente de um encontro com um lenhador portuense que Sylarnash regressava. Já no pátio da Residência do Conde de Óbidos em Aveiro, e já no exterior da carruagem Sylarnash dava algumas instruções acerca do destino de cada um dos objetos. Naquele momento um dos criados destapara os dois barris que juntamente com a madeira viajaram na carroça que seguiu anexa à carruagem do Conde.

– Coloquem o vinho retsina na adega e tenham cuidado com o barril, ou melhor o conteúdo deste, custou-me uma fortuna! – frisou Sylarnash referindo-se ao extremamente raro vinho grego que por sorte conseguira no Porto – E não se esqueçam do outro barril ainda ali em cima! – disse, referindo-se ao barril de vinho de Bordeaux.

Um par de criadas tomaram posse dos cestos de uvas que restavam na carroça, e por fim o Conde de Óbidos regressou à sua carruagem e retirou a pequena caixa contendo algumas herbáceas que comprara, algumas das quais raras e com poderes curativos.

E num piscar de olhos, como se nada se passasse, o alarido que por segundos se fez sentir na residência de Sylarnash silenciou-se. Os transportes encontravam-se fora do pátio, os animais que viajaram estavam a ser alimentados, os serviçais haviam regressado aos seus afazeres diários e Sylarnash regressara ao interior do seu lar e encontrava-se a descansar.

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