15 de Outubro de 1460 – Capitão do Porto de Aveiro

[Aveiro, Condado de Coimbra]

Sylarnash tinha decidido, após jantar, ir dar um pequeno passeio pela Cidade de Aveiro. Os dias começavam a ficar mais pequenos, a chuva de Inverno chegaria em breve, e o conde desejava aproveitar todas as últimas oportunidades de bom tempo que restavam.

Tinha começado a escurecer verdadeiramente, de facto já à alguns momentos que a aceitável hora para um sacerdote andar pelas ruas da cidade se tinha esgotado, mas o passeio daquele dia mostrara-se revitalizador e revigorante então Sylarnash decidiu não olhar muito a isso, no entanto deu meia volta e retomou o caminho de regresso a casa, com certeza que a sensação de conforto naquela noite se iria manter por mais alguns momentos de passeio. Ao seu lado um velho guarda, e com quem partilhara grande parte dos momentos da sua vida, o acompanhava,Zacarias.

Vários minutos se passaram, e após um passo mais apressado desde que Sylarnash começara a sentir um pouco de frio, finalmente chegaram ao interior da residência. Um serviçal do conde, tinha notado a entrada nas imediações da mansão e pegando em algo caminhou ao encontro do conde, interpelando-o nos segundos seguintes.

– Monsenhor, bem-vindo de volta! – saudou o serviçal – Chegou uma correspondência para si. – Disse o homem ao esticar a mão que continha um papel enrolado.

Sylarnash recebeu em suas mãos o documento que o serviçal lhe entregara e em poucas palavras agradeceu.

– Muito obrigado, podeis ir aos vossos afazeres.

 

Aveiro, 15 de Outubro de 1460

Um emissário do Conselho apresentou-se hoje cá na mansão. Não demorou muito, aliás não demorou nada e nem nos contactamos, apenas um documento selado foi deixado e o emissário, jovem ou velho, gordo ou magro jamais saberei, o mesmo após largar literalmente o documento, que me fora entregue logo após regressar da visita à Igreja de Aveiro, afastou-se.

Tratava-se da informação de que eu tinha sido nomeado Capitão do Porto de Aveiro. Nada que não estivesse às espera de receber informação, mas não pensei que viesse a ser através de um simples papel a ser entregue por um criado condal, esperava um anúncio público do Conde, do Porta-Voz ou mesmo do Intendente das Obras e Minas, algo como em tempos fora feito, e até bem à pouco tempo, eu mesmo o tinha feito pela última vez.

Após ter quebrar o selo do pequeno documento sorri e com um sorriso na face voltei a enrolar o papel e a pousa-lo sobre a secretária. A ironia presente naquele papel (evento IG) era (in)oportuna: 15/10/1460 23:28 : Foste nomeado Capitão do Porto. Vais fazer muita gente cheia de inveja!

     

     

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